Muito provavelmente, a aplicação mais poderosa da tecnologia da web para os ambientes escolares seja o blog como ferramenta de publicação. O blog, dentre outros recursos, é um exemplo interessante: surgido no final de 2001, é uma página na internet que, utilizando protocolos de transmissão de dados e um servidor para armazenar suas informações, organiza cronologicamente as postagens dos visitantes. As manifestações de interatividade podem começar com um simples comentário e, daí, evoluir para a inserção de links, artigos, fotos e vídeos, agilizando a atualização das publicações que ele oferece.
Num blog, tanto o blogueiro (criador do espaço) como seus leitores podem intervir, e isto significa que, do ponto de vista de construção do conhecimento, a relação aluno–pensamento é o ponto central da educação, sutilmente sobrepondo-se à relação professor–aluno. Nas palavras de Paulo Freire, “ninguém ensina ninguém; tampouconinguémaprende sozinho. Os homens aprendem em comunhão, mediatizados pelo mundo”.
O blog pode se tornar uma espécie de continuidade das aulas presenciais, oferecendo desafios, exercícios-surpresa, caça virtual ao tesouro (trilhando as dicas escondidas em sites, portais e outros blogs já visitados pelo professor e/ou por um ou mais alunos), gincanas (do tipo Web Quest, por exemplo), games variados e - por que não? - plantões online, iniciando o estudante na aprendizagem a distância via internet.
Por meio de atividades como estas, os blogs podem atender às mais variadas intenções pedagógicas: divulgação de estudos, pesquisas e produções dos alunos em projeto interdisciplinares; criação e elaboração de templates customizados; criação e elaboração de um jornal ou boletim online; incentivo à curiosidade tecnológica pelo uso das diferentes linguagens de programação; exploração e utilização de imagens criadas ou registradas pelos próprios alunos (via celular, por exemplo), desenvolvimento de animações como resultado final de um trabalho e organização cronológica das etapas de implementação de um projeto específico.
Outras funções serão descobertas ao longo do processo de criação e alimentação do blog, tendo em vista que ele não se restringe a um único idioma ou a uma única disciplina, mas reúne várias áreas e várias linguagens comunicacionais. Outro benefício interessante é que o professor pode corrigir eventuais “erros de raciocínio”, valendo-se do espaço destinado aos seus comentários, indicando, assim, novos caminhos para a reflexão e solução de problemas.
O blog permite que qualquer pessoa tenha seu espaço na internet, o que amplia sua liberdade de expressão e de troca de informações; porém, é sempre bom lembrar que, uma vez publicado, qualquer um pode ver, gravar e usar essas informações sem que se tenha controle. O criador do blog (principalmente em se tratando de um blog educacional) é o responsável por tudo que nele estiver publicado. Nesse sentido, vale consultar as dicas de segurança disponíveis no site da ONG SaferNet, no Portal EducaRede e no site Uso responsável da internet.
*Beatriz Rizek é diretora da Rizek Assessoria Cultural, consultora em Educação a Distância, projetos de Inclusão Digital, Responsabilidade Social e Marketing de Causas.
Fonte: Odisseu - Agência de Informação
Disponível em: http://www.telecentros.desenvolvimento.gov.br/sitio/destaques/destaque.php?sq_conteudo=3564
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